😨😱 O gato comportou-se de maneira estranha a noite inteira. Bufava, miava e não se afastava do fogão. Pensei que estivesse com fome ou que algo o incomodasse. Dei-lhe comida, fiz-lhe carinho, mas ele continuava ali, tenso, com a cauda baixa, olhando desconfiado na direção do fogão a gás.
— O que foi, amigo? — murmurei, quase pronta para me irritar. Mas algo no olhar dele fez-me parar. Não era apenas medo — ele estava a proteger.
Aproximei-me lentamente do fogão. O gato arqueou o dorso, bufando ainda mais forte, como se quisesse impedir-me. Mas mesmo assim me abaixei e olhei na pequena fenda entre o fogão e a parede.
😱😱 No mesmo instante o meu coração caiu aos pés. Instintivamente gritei e recuei, aterrorizada. O que vi ali jamais esquecerei…
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No escuro, algo se mexeu — comprido, viscoso, com pele brilhante e olhos mortos. Quando percebi que era uma cobra, o coração quase parou.
Afastei-me instintivamente, segurando o gato contra mim. Mas ele não teve medo — ao contrário, ficou rígido, arqueou o dorso e bufou.
A cobra deslizou lentamente para fora do fogão e veio diretamente na minha direção.
Recuava até que as minhas costas encostaram na parede. O mundo reduziu-se a um único som — um silvo baixo, parecido com um sussurro de morte.
De repente o gato avançou. Atirou-se contra a cobra como um pequeno leão.
Ela virou-se imediatamente, ergueu a cabeça e ficou imóvel diante dele, pronta para atacar.
Entre os dois caiu um silêncio opressor. Parecia que o tempo tinha parado — dois predadores, duas sombras, suspensos à espera do ataque.
Só consegui gritar e fugir da cozinha, discando o número de emergência com os dedos a tremer. Pela porta vinham silvos, impactos surdos, arranhões de garras.
Quando os socorristas chegaram, tiraram a cobra de trás do fogão. E o meu gato — imperturbável, orgulhoso, como se nada tivesse acontecido — veio até mim e roçou-se na minha perna.
Agora, sempre que olho nos olhos dele, lembro-me daquela noite. E compreendo: uma vez, ele já me salvou a vida.

