đŻđČ O segurança parou uma menina âde aparĂȘncia pobreâ ao ver que ela carregava um laptop caro, convencido de que ela o havia roubado. Mas toda a arrogĂąncia dele desapareceu no instante em que o pai dela entrou no saguĂŁo da escola.
Eu estava perto da entrada da escola quando tudo começou.
Uma menina magrinha parou na minha frente, segurando uma mochila gasta como se carregasse algo frĂĄgil dentro.
No ponto de controle, o segurança levantou os olhos. O olhar dele percorreu o moletom simples da garota, o jeans desgastado, os tĂȘnis velhos⊠e parou na mochila.
â Pare aĂ. O que vocĂȘ tem aĂ dentro? â exigiu ele.
Quando ela abriu o zĂper e o brilho prateado do laptop apareceu sob as luzes, o rosto do segurança se enrijeceu.
â ArcTech Pro? â disse ele, incrĂ©dulo. â De onde tirou isso?
â Eu⊠ganhei numa competição â sussurrou ela.
Mas ele jĂĄ nĂŁo ouvia.
â Uma garota como vocĂȘ? â zombou ele, arrancando o laptop sem pedir permissĂŁo. â Isso aqui tem cara de roubado. Sente-se. Vou chamar a polĂcia.
As palavras dele foram como um tapa. Sussurros dos alunos, celulares gravando⊠tudo se misturou em um nó sufocante de vergonha.
Com os dedos tremendo, ela enviou uma Ășnica mensagem:
âPai⊠por favor, vem. Ă urgente.â
đšđ” Minutos depois, entrou na escola a Ășltima pessoa que o segurança gostaria de ver na vidaâŠ
Continuação no primeiro comentĂĄrio đđđ
Lembro-me da cena quase como um filme â a menina encolhida na cadeira, tentando parecer menor, invisĂvel.
O segurança falava pelo rådio, lançando olhares desconfiados para ela, como se estivesse diante de uma criminosa de verdade.
Então as portas de entrada se abriram com força.
Um homem alto entrou. Ele não disse nada, mas até o ar pareceu mudar. As conversas pararam. Até o segurança ficou imóvel.
O homem observou o saguĂŁo com o olhar firme de alguĂ©m acostumado a liderar. E quando encontrou a menina â frĂĄgil, assustada, com os cĂlios ainda Ășmidos â algo brilhou friamente em seus olhos.
Ele se ajoelhou diante dela e perguntou, com a voz baixa:
â O que aconteceu?
Ela tentou responder, mas a voz falhou:
â Ele⊠disse que eu roubei o laptopâŠ
Nesse instante o segurança finalmente percebeu quem estava diante dele. O rosto perdeu a cor.
Ele abriu a boca, talvez para se justificar, mas o homem â o superintendente de todo o distrito escolar â se levantou e lançou um olhar tĂŁo firme que qualquer desculpa morreu antes mesmo de ser dita.
E naquele momento todos entenderam: aquele dia não terminaria nem um pouco como o segurança imaginava.
