😨😲Depois que minha gata trouxe para casa filhotes de não se sabe onde, um policial bateu à porta. Suas palavras fizeram meu coração parar…
Aquela noite começou tranquila. Eu estava dobrando roupas quando, de repente, a voz de Lili veio da sala:
— Mãe! Ela está com alguma coisa na boca de novo!
— Quem? — parei no meio do caminho.
— A Marsa! Um filhote! Mais um!
Corri até a janela e não pude acreditar no que vi: minha gata malhada atravessava o quintal carregando um pequeno embrulho preto na boca.
No canto da sala, numa cesta de vime, já havia quatro iguais — minúsculos, de olhos bem fechados, com corpos quentes e aveludados. Marsa colocou cuidadosamente o novo ao lado dos outros, lambeu-o com carinho e se deitou em volta deles como se os protegesse do mundo inteiro.
Eu não conseguia entender: onde ela estava encontrando esses filhotes? E por que os trazia um por um?
Durante o dia, bateram à porta. Tão forte que o vidro da moldura chegou a tremer.
Fiquei imóvel, e Lili agarrou minha mão como se pressentisse algo ruim.
Abri a porta — na soleira estavam um policial e a senhora Miller, nossa vizinha, conhecida por reparar em tudo e todos. O rosto dela estava mais carregado que nuvem de tempestade.
— Você tem uma gata? — perguntou o policial, sem perder tempo com cumprimentos.
— Sim… — assenti com cautela. — Aconteceu alguma coisa?
Ele manteve o olhar fixo em mim por um longo momento, me estudando, e disse baixinho:
— Nesse caso… é melhor você se sentar.
Eu ainda não sabia o que iria ouvir, mas um frio percorreu minhas costas e meu coração falhou uma batida.
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Sentei mecanicamente na beirada do sofá, sentindo a caneca de chá frio gelar meus dedos.
Lili se apertou contra mim, e Marsa, como se entendesse que a conversa era sobre ela, saiu lentamente da cozinha e se sentou bem na frente do policial, olhando-o com seus olhos verdes e fixos.
— Hoje de manhã — começou ele — foi encontrada… uma casinha de cachorro vazia no quintal vizinho. Os filhotes já não estavam lá.
— E?… — minha voz tremeu, me traindo.
— A dona afirma que viu sua gata levando-os embora, um por um — ele fez uma pausa, como se escolhesse as palavras.
A vizinha suspirou e, abaixando o olhar, disse:
— Esses filhotes… são meus. A mãe deles morreu esta manhã. E a sua Marsa…
Olhei confusa para minha gata, que naquele momento ronronava baixinho e abraçava os filhotes com as patas.
— Desculpe pelo mal-entendido, provavelmente ela agiu assim porque já tínhamos encontrado outros donos para os filhotes, mas ela ainda precisava se sentir mãe. Vou devolvê-los agora.
A vizinha ficou parada por um instante, observando a cena tranquila — Marsa lambendo com ternura e cuidando maternalmente dos filhotes — e acrescentou:
— Deixe que fiquem com você. Acho… que será melhor para todos.
Assenti, e Marsa, como se entendesse cada palavra, apertou ainda mais seus novos pequenos contra si.